Endoscopia Digestiva: exame essencial para o diagnóstico de doenças do aparelho digestivo

Isabelle Macedo Cabral

Endoscopia Digestiva: exame essencial para o diagnóstico de doenças do aparelho digestivo

Não ignore sintomas digestivos. A endoscopia pode detectar desde gastrite até câncer precoce. Entenda quando procurar o exame 

A endoscopia tornou-se um procedimento fundamental na medicina moderna, permitindo aos médicos visualizar diretamente o interior do trato gastrointestinal superior. Este exame revolucionou o diagnóstico e tratamento de diversas condições digestivas, oferecendo precisão e minimizando a necessidade de intervenções mais invasivas. 

Compreendendo a endoscopia 

A endoscopia utiliza um instrumento médico flexível chamado endoscópio, equipado com uma microcâmera de alta resolução que transmite imagens em tempo real para um monitor. Este equipamento permite a exploração detalhada do esôfago, estômago e porção inicial do intestino delgado (duodeno), áreas anteriormente inacessíveis sem cirurgia. 

A tecnologia moderna incorpora recursos avançados como imagem de alta definição, zoom eletrônico e sistemas de imagem de banda estreita, que melhoram a detecção de alterações mínimas na mucosa digestiva. 

Indicações para o exame 

  • Investigação de pirose refratária (azia que não melhora com medicação) 
  • Dor epigástrica persistente 
  • Regurgitação alimentar 
  • Disfagia (dificuldade de deglutição) 
  • Sangramento digestivo manifesto ou oculto 
  • Vômitos recorrentes 
  • Perda de peso inexplicada 
  • Doença do refluxo gastroesofágico complicada 
  • Esôfago de Barrett 
  • Lesões pré-malignas identificadas previamente 
  • Controle pós-cirurgia digestiva 
  • Acompanhamento de pacientes com histórico familiar de câncer gastrointestinal 

Preparação para endoscopia: orientações essenciais 

  • O sucesso do exame depende diretamente do adequado preparo prévio: 
  • Jejum absoluto de 8 horas para alimentos sólidos 
  • Suspensão de medicamentos anticoagulantes conforme orientação médica 
  • Hidratação adequada com água até 4 horas antes do exame 
  • Organização de documentação médica relevante e exames anteriores 
  • Arranjos para transporte devido aos efeitos residuais da sedação 

Como é feito o exame de endoscopia 

  • Administração de sedação consciente por via venosa 
  • Posicionamento do paciente em decúbito lateral esquerdo 
  • Inserção do endoscópio através da cavidade oral 
  • Insuflação moderada de ar para distensão das paredes digestivas 
  • Inspeção minuciosa de toda a mucosa com registro fotográfico 
  • Realização de biópsias dirigidas quando indicado 

É necessário ter acompanhante para a endoscopia? 

Sim, é obrigatório. Os efeitos da sedação impedem a condução de veículos e o retorno desacompanhado representa risco à segurança. 

O exame causa enjoos ou desconforto? 

A sedação moderna praticamente elimina desconfortos. Eventualmente pode ocorrer leve náusea ou sensação de distensão abdominal devido à insuflação de ar. 

Quais os limites da endoscopia? 

O exame avalia apenas o trato digestivo superior. Para investigação do intestino delgado distal e grosso, outros métodos como colonoscopia ou cápsula endoscópica são necessários. 

Como são coletadas as biópsias? 

Utilizando pinças minúsculas passadas através do canal operatório do endoscópio. As amostras são colhidas de áreas suspeitas e enviadas para análise anatomopatológica. 

É possível realizar tratamentos durante o exame? 

Sim, diversos procedimentos podem ser realizados: remoção de pólipos, controle de sangramento, dilatação de estreitamentos e remoção de corpos estranhos. 

Interpretação dos resultados da endoscopia 

Os achados endoscópicos são classificados como: 

  • Exame normal: Sem alterações significativas 
  • Alterações benignas: Gastrite, esofagite, úlceras benignas 
  • Lesões pré-malignas: Metaplasia, displasias, pólipos adenomatosos 
  • Lesões malignas: Neoplasias diagnosticadas 

O laudo definitivo depende do resultado das biópsias, que normalmente ficam prontos em 7 a 10 dias. O planejamento do tratamento é estabelecido conforme os achados histopatológicos. 

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