
Bicho de Pé: Guia Completo com Causas, Sinais e Cuidados
Isabelle Macedo Cabral

Mais que uma coceira, um parasita perigoso. Entenda o ciclo do bicho de pé, os riscos de tentar removê-lo em casa e o tratamento correto para resolver o problema
Você sente uma coceira intensa nos pés e notou um pequeno ponto preto? Esses podem ser sinais clássicos de tungíase, uma infestação causada por um parasita comum em solos arenosos. Identificar as causas do bicho de pé e saber como proceder é essencial para evitar problemas maiores. Este artigo completo detalha tudo sobre o bicho de pé, desde os primeiros sinais até os métodos de extração seguros.
Origem e Características do Parasita
O bicho de pé (cujo nome científico é Tunga penetrans) é um tipo de pulga microscópica, também conhecida como pulga-de-areia. Este parasita se tornou um problema de saúde frequente em ambientes rurais, praias e qualquer lugar com terra solta. A fêmea fertilizada é quem causa a infestação, ao se alojar na pele de humanos e outros animais para sugar sangue e liberar seus ovos, desencadeando um processo inflamatório, dor e prurido.
Principais Vias de Infecção e Locais de Risco
A infecção por bicho de pé acontece quando a pele entra em contato direto com ambientes contaminados, que servem de habitat natural para essas pulgas. Os locais considerados de alto risco são:
- Praias com área seca e frequentada por animais
- Zonas com terra fofa e sem cobertura
- Celeiros e áreas de criação animal
- Regiões com alta concentração de cães, gatos ou porcos
A pulga fêmea invade rapidamente a epiderme, com preferência por zonas dos pés como:
- Os vãos entre os dedos
- A região subungueal (sob as unhas)
- A planta do pé
- Os calcanhares
Reconhecendo os Sinais: Manifestações Clínicas
Identificar as manifestações do bicho de pé de forma precoce é chave para um manejo adequado. As manifestações mais frequentes incluem:
- Prurido insistente: Geralmente o primeiro sinal reportado.
- Ponto escuro no centro: O traço mais distintivo, corresponde ao corpo da pulga.
- Sensação dolorosa: Incômodo pontual ou sensação de espículo, especialmente ao deambular.
- Eritema e edema: A região circundante apresenta inflamação e rubor.
- Pápula ou nódulo: Uma elevação endurecida se forma ao redor do parasita.
Na ausência de tratamento, o local afetado pode evoluir para infecção bacteriana secundária, com secreção purulenta, aumento do edema, dor intensificada e estado febril.
Abordagem Terapêutica: Extração e Manejo
A retirada do bicho de pé deve ser executada por um profissional de saúde em condições de esterilidade. A conduta padrão envolve a remoção física integral do parasita. O método seguro compreende as seguintes fases:
- Higienização e desinfecção da área com antissépticos.
- Utilização de instrumento estéril para expor o parasita.
- Remoção meticulosa de toda a pulga, assegurando que não reste nenhum fragmento.
- Nova aplicação de antisséptico no local.
- Prescrição de antibioticoterapia tópica para evitar infecções.
Práticas a Serem Evitadas
Jamais perfure, pressione ou manipule a lesão. Esta ação pode fragmentar o parasita, disseminar seus ovos no tecido subcutâneo e precipitar uma infecção severa. Também abstenha-se de usar objetos não esterilizados. O perigo de contaminar a ferida é elevado.
Evolução Natural da Infestação
Sim, após depositar toda a sua prole (até 200 ovos), a fêmea morre e é eliminada pelo organismo em algumas semanas. Contudo, não se deve aguardar passivamente. O potencial para infecções é grande. A extração profissional precoce é sempre a conduta mais recomendada. Ignorar o tratamento pode resultar em complicações sérias, tais como formação de abcessos (coleções purulentas), celulite bacteriana (infecção do tecido subcutâneo), tétano (a lesão pode servir de portal de entrada para o Clostridium tetani) e gangrena (em cenários extremos de negligência).
Opções Farmacológicas e Auxiliares
Não há uma medicação tópica ou oral que elimine o parasita por si só. A conduta eficaz é a desinfestação mecânica. Após a extração, o médico pode sugerir:
- Antibióticos tópicos para profilaxia ou tratamento de infecções.
- Antissépticos com iodo (como iodopovidona), que podem auxiliar no sufocamento prévio do parasita.
- Reforço vacinal para tétano, se o calendário vacinal não estiver atualizado.
Estratégias de Prevenção e Proteção
A profilaxia é a medida mais eficiente contra a tungíase. Adote estas práticas:
- Calce sapatos fechados ao transitar por solos arenosos ou terrosos.
- Prefira não andar descalço em praias com areia seca e com circulação animal.
- Utilize uma base protetora (esteira, toalha) ao sentar-se em áreas abertas.
- Conserve o ambiente higienizado, principalmente onde há animais domésticos.
- Realize vermifugação periódica em cães e gatos para controlar focos do parasita.
Fontes:
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