Farmácia de manipulação: como funciona e como saber se é confiável

Na medicina atual, sabe-se que dois pacientes com o mesmo diagnóstico podem precisar de tratamentos diferentes. Isso porque características como idade, peso, condições associadas e até preferências pessoais influenciam a forma como cada organismo responde a uma terapia.  

Para atender a essas necessidades específicas, um dos recursos mais utilizados é a manipulação de fórmulas. De acordo com a Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag), o Brasil já é o maior mercado de manipulação do mundo e, atualmente, as fórmulas manipuladas representam cerca de 10% de todo o setor farmacêutico nacional. 

As farmácias de manipulação, também chamadas de farmácias magistrais, são os estabelecimentos autorizados a produzir produtos de saúde e bem-estar de forma individualizada conforme a prescrição de um profissional habilitado e devem seguir normas específicas da Anvisa.  

Qual a diferença da farmácia de manipulação para uma farmácia comum? 

Enquanto as farmácias (drogarias) vendem medicamentos industrializados, prontos para consumo e produzidos em larga escala com formulações padronizadas, as farmácias de manipulação atuam sob demanda, produzindo fórmulas individualizadas a partir de uma receita prescrita por um profissional de saúde.  

Isso significa que, ao contrário da farmácia comum, onde o paciente adquire um medicamento já disponível na prateleira ou no balcão, na farmácia de manipulação o preparo do produto só começa após o recebimento e análise da receita por um profissional habilitado.  

Além disso, essas farmácias seguem normas específicas da Anvisa, como a RDC nº 67/2007, que regula as boas práticas para a manipulação de preparações magistrais e oficinais. 

O que são fórmulas manipuladas?  

As fórmulas manipuladas são preparações feitas de forma individualizada a partir de uma prescrição. Elas podem conter um ou mais ativos em concentrações específicas e são desenvolvidas com base nas características clínicas, fisiológicas ou até mesmo nas preferências do paciente.  

O objetivo é adaptar o tratamento às suas necessidades, o que muitas vezes não é possível com os medicamentos industrializados disponíveis no mercado. 

“A personalização da fórmula permite, por exemplo, ajustar doses, escolher a melhor forma de administração através de formas farmacêuticas diferenciadas como sachês, gomas, xaropes, pastilhas, e até chocolates nutricionais, o que contribui para uma maior adesão ao tratamento”, explica Laísa Costa, farmacêutica da Raia Manipulação. 

A RDC nº 67/2007 permite que sejam formulados em farmácias de manipulação: 

• Medicamentos alopáticos, conforme prescrição; 

• Suplementos nutricionais e nutracêuticos, desde que estejam de acordo com a legislação vigente para produtos dessa natureza; 

• Produtos dermatológicos e cosméticos sob prescrição; 

• Produtos fitoterápicos, com princípios ativos padronizados e segurança comprovada; 

• Homeopáticos, desde que a farmácia tenha autorização específica para esse tipo de manipulação; 

• Produtos de uso interno e externo, em diferentes formas farmacêuticas, como cápsulas, soluções, pomadas, géis, loções, entre outros. 

Como funciona o processo de manipulação?  

O termo “manipulação” se refere ao processo de preparo da fórmula, que segue as seguintes etapas no laboratório:
 

• Pesagem de matérias-primas: As substâncias ativas e excipientes são pesadas em balanças calibradas, em salas exclusivas por categoria de risco, com identificação de lote e validade. 

• Homogeneização: Os insumos são misturados utilizando equipamentos adequados (como turbinas, agitadores ou cápsulas rotativas), garantindo distribuição uniforme dos ativos. 

• Acondicionamento: A fórmula é transferida para a embalagem final (frascos, potes, sachês ou cápsulas), conforme a forma farmacêutica e o volume prescrito. 

• Identificação e rotulagem: Após o envase, o produto recebe um rótulo com todas as informações exigidas: nome do paciente, dosagem, data de validade, forma de uso e cuidados de armazenamento. 

• Revisão final e liberação: O farmacêutico responsável realiza a conferência técnica e visual da fórmula antes da liberação, assegurando conformidade com a prescrição e com os padrões internos de qualidade. 

Em quais situações a manipulação é indicada?  

A manipulação é indicada sempre que o profissional prescritor entender que a personalização do tratamento é mais vantajosa para um paciente, seja por questões clínicas, nutricionais ou pela indisponibilidade de medicamentos industrializados adequados. 

Assim, a manipulação pode ser recomendada quando: 

• É necessário ajustar a dose do princípio ativo conforme peso, idade, função renal, condição clínica ou exames laboratoriais. 

• A associação de ativos em uma única formulação facilita o uso e melhora a adesão ao tratamento. 

• O paciente possui alergias ou intolerâncias, exigindo fórmulas sem lactose, glúten, corantes, conservantes ou outros componentes. 

• A forma farmacêutica precisa ser adaptada para facilitar a administração, como cápsulas sublinguais, soluções orais saborizadas, géis transdérmicos, loções ou pastilhas. 

• Não há disponibilidade de medicamentos industrializados com a composição, dose ou forma necessária, seja por descontinuação ou falhas no abastecimento. 

Quais são as vantagens dos manipulados?  

Além de permitirem a personalização do tratamento, as fórmulas manipuladas oferecem diversos outros benefícios para o paciente. Um dos principais é a economia: ao adquirir apenas a quantidade exata prescrita, evita-se o desperdício comum em embalagens padronizadas da indústria.  

Além disso, a manipulação é vantajosa porque permite acesso a ativos exclusivos ou associações que não existem em medicamentos prontos. 

A adesão ao tratamento também costuma ser maior, já que é possível adaptar o produto à rotina do paciente, seja pelo tipo de forma farmacêutica escolhida ou pela facilidade de administração.  

A farmacêutica Laísa Costa ainda salienta: “Muitas vezes, a personalização não está apenas na fórmula, mas também no cuidado com a experiência do paciente, que conta com suporte da farmácia de manipulação, além do acompanhamento do profissional prescritor para avaliar a evolução clínica e fazer ajustes, caso seja necessário. Isso faz toda a diferença na continuidade e no sucesso do tratamento”. 

Quem pode prescrever manipulados?  

No Brasil, a prescrição de fórmulas manipuladas é regulamentada por legislações específicas e só pode ser realizada por profissionais de saúde devidamente habilitados. Entre os profissionais autorizados estão médicos de diversas especialidades, dentistas, nutricionistas, farmacêuticos e esteticistas, cada um dentro dos limites estabelecidos pelos seus respectivos conselhos de classe e normas regulamentadoras. 

Como saber se a farmácia de manipulação é confiável?  

Apesar da importância desse segmento, ainda existem diversas farmácias de manipulação que operam sem atender aos critérios exigidos pela legislação sanitária.  

Segundo dados da Anvisa, mais de 400 estabelecimentos foram interditados apenas em 2023 por irregularidades que comprometem a segurança dos pacientes. Por isso, é essencial verificar se a farmácia segue normas como a RDC nº 67/2007 e possui estrutura e equipe compatíveis com o rigor exigido na manipulação de fórmulas. 

Confira alguns pontos que devem ser observados para saber se a farmácia de manipulação é confiável: 

• Autorização da Anvisa: Verifique se a farmácia possui AFE (Autorização de Funcionamento) e AE (Autorização Especial), emitidas pela Anvisa. 

• Registro na Vigilância Sanitária local: Toda farmácia deve ter cadastro municipal (CMVS) e licença de funcionamento atualizados. 

• Adequação à RDC nº 67/2007: A farmácia deve seguir as Boas Práticas de Manipulação, conforme definido pela Anvisa. 

• Laboratório com estrutura adequada: As áreas de manipulação devem ser isoladas, climatizadas e equipadas com sistemas que evitem contaminações cruzadas. 

• Profissionais habilitados: A equipe técnica deve ser formada por farmacêuticos e técnicos capacitados, com supervisão durante todas as etapas do processo. 

• Rastreabilidade da fórmula: A farmácia deve ser capaz de informar a origem das matérias-primas utilizadas e manter registro completo de cada preparação. 

• Transparência com o cliente: O consumidor pode — e deve — solicitar informações técnicas, como laudos de qualidade, fichas de pesagem e documentos de procedência dos insumos. 

• Reputação da empresa: Pesquise o histórico da farmácia, avalie comentários de clientes, certificados de qualidade, e busque sinais de confiabilidade tanto no ambiente físico quanto online. 

A Raia faz medicamentos manipulados?  

A Raia conta com um serviço de manipulação totalmente integrado aos padrões de qualidade da rede, que permite ao cliente orçar e comprar manipulados com muito mais praticidade e segurança. Por meio de uma plataforma digital, você envia uma foto ou PDF da receita, acessa o orçamento, finaliza a compra e recebe o pedido em casa.  

As fórmulas adquiridas são manipuladas pela Raia Drogasil Farmácia de Manipulação Ltda (CNPJ 02.185.018/0001-30), cuja operação segue todos os requisitos estabelecidos pela RDC nº 67/2007 da Anvisa e outras normas sanitárias aplicáveis. 

O laboratório de manipulação também possui certificação ISO 9001, que atesta a conformidade dos processos com padrões internacionais de qualidade, e conta com todas as licenças necessárias para seu funcionamento: 

• AFE – Autorização Sanitária de Funcionamento do Estabelecimento nº 0.03155.6; 

• AE – Autorização Sanitária Especial nº 1.10053.0; 

• CMVS – Cadastro Municipal da Vigilância Sanitária Municipal nº 355030801-477-002965-00; e 

• Licença de Funcionamento da Prefeitura nº 081/98. 

Caso tenha dúvidas sobre o serviço, os atendentes das farmácias Raia estão disponíveis para te orientar e oferecer o suporte necessário. No entanto, o envio da receita e a compra são realizados exclusivamente pelo site ou app. 

Acesse a plataforma da Raia Manipulação para enviar sua receita e saiba mais sobre o serviço.