
Mioma uterino: Causas, sintomas e tratamento
Isabelle Macedo Cabral

O mioma uterino é um problema comum, mas cercado de dúvidas. Este guia completo responde suas principais dúvidas
O mioma uterino é uma condição ginecológica muito comum, que atinge milhões de mulheres, principalmente durante a idade reprodutiva. Apesar de sua alta incidência, o diagnóstico ainda gera muitas dúvidas e preocupações. Este guia completo foi elaborado para desmistificar o tema, respondendo às perguntas mais frequentes e oferecendo informações claras sobre causas, sintomas e as diversas possibilidades de tratamento disponíveis.
O que é exatamente um mioma uterino?
Miomas são tumores benignos (não cancerosos) que se desenvolvem na parede muscular do útero. Eles são compostos de tecido fibroso e muscular e seu tamanho pode variar desde pequenos nódulos, praticamente imperceptíveis, até massas volumosas que podem alterar o formato do útero. É crucial entender que a presença de um mioma não aumenta o risco de desenvolver câncer de útero.
Quais são os sinais?
Muitas mulheres com miomas são assintomáticas e descobrem a condição em exames de rotina. No entanto, quando os sintomas aparecem, os mais comuns incluem:
- Alterações no Fluxo Menstrual: Sangramento menstrual intenso e prolongado (chamado de menorragia) é um dos sinais mais frequentes.
- Sangramentos Fora do Período Menstrual: Conhecido como metrorragia.
- Dor Pélvica ou Pressão Abaixo do Ventre: Sensação de peso ou inchaço na região pélvica.
- Sintomas Urinários ou Intestinais: Miomas grandes podem pressionar a bexiga, causando vontade constante de urinar, ou o reto, levando à constipação.
- Aumento do Perímetro Abdominal: Dando a impressão de um “abdômen crescendo”.
- Dor Durante a Relação Sexual.
- Dificuldade para Engravidar ou Complicações na Gestação: Dependendo da localização e do tamanho, os miomas podem interferir na implantação do embrião.
O que causar o mioma?
As causas exatas ainda não são totalmente compreendidas pela medicina, mas sabe-se que alguns fatores estão fortemente associados ao seu desenvolvimento:
- Influência Hormonal: Os hormônios estrogênio e progesterona parecem estimular o crescimento dos miomas. Isso explica por que eles são mais comuns na idade reprodutiva e tendem a regredir após a menopausa.
- Fator Genético: Histórico familiar é um importante indicador de risco. Se sua mãe ou irmã tiveram miomas, suas chances de desenvolvê-los são maiores.
- Outros Fatores de Risco: Obesidade, menstruação precoce (antes dos 12 anos) e dieta rica em carne vermelha também podem influenciar.
Descobri um mioma: preciso operar?
Não. Esta é uma das maiores preocupações e a resposta é um grande “depende”. A necessidade e o tipo de tratamento são altamente individualizados, considerando fatores como:
- A gravidade dos sintomas.
- O tamanho, a quantidade e a localização dos miomas.
- A idade da mulher e seu desejo de ter filhos no futuro.
Quais são os tratamentos disponíveis?
As opções vão desde simples observação até procedimentos cirúrgicos:
- Conduta Expectante (Acompanhamento)
Para miomas pequenos e assintomáticos, a melhor conduta pode ser apenas o monitoramento regular com exames de ultrassom, sem qualquer intervenção imediata. - Tratamentos Clínicos (Não Cirúrgicos)
O objetivo aqui é controlar os sintomas, especialmente o sangramento excessivo. Podem ser utilizados:
- Medicamentos Hormonais: Como pílulas anticoncepcionais, DIU hormonal ou implantes que liberam progesterona, que ajudam a regular e diminuir o fluxo menstrual.
- Anti-inflamatórios: Podem aliviar as cólicas e reduzir um pouco o sangramento.
- Moduladores de Receptores de Progesterona: Medicamentos mais modernos que podem reduzir temporariamente o tamanho dos miomas.
-
Procedimentos Minimamente Invasivos
- Embolização de Miomas: Procedimento em que partículas são injetadas para bloquear os vasos sanguíneos que nutrem o mioma, fazendo com que ele “encolha”.
- Ablução por Ultrassom Focalizado (FUS): Utiliza ondas de ultrassom de alta energia para destruir o tecido do mioma.
-
Tratamentos Cirúrgicos
- Miomectomia: Cirurgia para remover apenas os miomas, preservando o útero. É a opção ideal para mulheres que desejam engravidar no futuro.
- Histerectomia: Cirurgia para remover o útero por completo. É a única solução definitiva para os miomas, mas impossibilita a gravidez e é geralmente reservada para casos muito sintomáticos em que outras terapias falharam ou para mulheres que não desejam mais ter filhos.
Mioma impede a gravidez?
Nem sempre. Muitas mulheres com miomas engravidam naturalmente. No entanto, dependendo da localização (especialmente miomas dentro da cavidade uterina), eles podem dificultar a implantação do embrião ou aumentar o risco de aborto espontâneo e parto prematuro. Uma avaliação com um ginecologista é fundamental para planejar uma gestação saudável.
Fonte: diretrizes da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO).
Mais sobre Doenças e Sintomas


Mioma submucoso: o tipo de mioma que mais afeta a fertilidade

Mioma uterino: Causas, sintomas e tratamento

Hipertensão: Guia Completo sobre a “Pressão Alta”

Fisioterapia: Guia completo para além da recuperação de lesões
