
Mioma submucoso: o tipo de mioma que mais afeta a fertilidade
Isabelle Macedo Cabral

- O que diferencia o mioma submucoso dos outros tipos?
- Sinais de alerta que podem indicar a presença desse mioma
- Como é confirmado o diagnóstico desse problema
- Impacto na fertilidade e nas chances de uma gravidez
- Opções de tratamento para quem deseja preservar o útero
- Conclusão: um problema com solução definida
Mioma submucoso pode causar sangramento intenso e infertilidade. Entenda seus sintomas, diagnóstico e os tratamentos mais eficazes disponíveis
Entre os diferentes tipos de mioma uterino, o mioma submucoso é particularmente significativo por seu impacto na saúde reprodutiva da mulher. Por se desenvolver justamente dentro da cavidade uterina, mesmo sendo pequeno, pode desencadear uma série de sintomas intensos. Este guia explica o que torna esse mioma único, como identificá-lo e quais as opções de tratamento para quem deseja preservar a fertilidade.
O que diferencia o mioma submucoso dos outros tipos?
A principal característica do mioma submucoso é a sua localização. Diferente dos miomas intramurais (que ficam na parede do útero) e dos subserosos (na parte externa), o mioma submucoso se projeta para dentro do endométrio, que é a camada que reveste a cavidade uterina. É como se ele formasse uma “ilha” ou uma saliência dentro da “casa” onde um embrião precisa se implantar. Essa posição estratégica é a razão pela qual ele frequentemente causa sintomas mais acentuados, especialmente sangramentos.
Sinais de alerta que podem indicar a presença desse mioma
Os sintomas do mioma submucoso são principalmente relacionados ao ciclo menstrual e à capacidade reprodutiva. Os mais comuns incluem:
- Sangramento menstrual muito intenso (menorragia): O fluxo é tão abundante que a mulher precisa trocar de absorvente com frequência, inclusive durante a noite.
- Períodos menstruais prolongados: A menstruação que dura mais de 7 dias.
- Sangramentos fora de época (metrorragia): Sangramento entre os ciclos menstruais.
- Cólicas menstruais fortes (dismenorreia): Dores intensas durante o período.
- Anemia: Resultado direto da perda excessiva de sangue, causando cansaço, palidez e falta de ar.
- Dificuldade para engravidar e abortos de repetição: O mioma pode atrapalhar a implantação do embrião.
Como é confirmado o diagnóstico desse problema
O diagnóstico de mioma submucoso geralmente começa com a suspeita baseada nos sintomas. Para confirmá-lo, os exames mais utilizados são:
- Ultrassom Transvaginal: É o exame inicial. Consegue identificar a presença de miomas, mas pode ter limitações para detalhar sua relação exata com a cavidade uterina.
- Histerossonografia (Ultrassom com Infusão Salina): Considerado o “padrão ouro” para esse diagnóstico. Um líquido estéril é injetado no útero durante o ultrassom, permitindo visualizar com precisão qualquer mioma que esteja dentro da cavidade.
- Histeroscopia Diagnóstica: Um procedimento ambulatorial onde uma microcâmera é inserida no útero, permitindo que o médico visualize diretamente o mioma e avalie sua localização exata.
Impacto na fertilidade e nas chances de uma gravidez
O mioma submucoso é o tipo que mais interfere na capacidade de uma mulher conceber e manter uma gravidez. Ele atua de várias formas:
- Altera a anatomia da cavidade uterina, criando um ambiente hostil para a implantação do embrião.
- Pode causar uma reação inflamatória local que interfere no desenvolvimento embrionário.
- Altera o fluxo sanguíneo do endométrio, dificultando que o embrião “grude” na parede uterina.
- Aumenta o risco de aborto espontâneo, pois a implantação em um local comprometido pelo mioma é instável.
Opções de tratamento para quem deseja preservar o útero
A boa notícia é que existem tratamentos altamente eficazes e minimamente invasivos para resolver o problema, especialmente para mulheres que desejam ter filhos no futuro.
- Histeroscopia Cirúrgica: É o tratamento de escolha para a maioria dos miomas submucosos. Neste procedimento, o médico introduz um histeroscópio (com uma câmera e instrumentos cirúrgicos) pelo colo do útero, sem a necessidade de cortes. O mioma é então removido em fragmentos. A recuperação é rápida e a mulher geralmente recebe alta no mesmo dia.
- Medicamentos Hormonais (DIU Medicado, Pílulas): Podem ser usados para controlar temporariamente o sangramento excessivo, mas não eliminam o mioma. São uma opção para mulheres que não desejam engravidar no momento ou que não podem se submeter à cirurgia.
- Embolização de Artérias Uterinas: Procedimento que interrompe o fluxo sanguíneo para o mioma, fazendo-o “encolher”. Pode ser uma opção, mas não é a primeira escolha para mulheres com desejo reprodutivo, pois seu impacto na fertilidade ainda é estudado.
Conclusão: um problema com solução definida
O mioma submucoso, apesar de seus sintomas desafiadores, é uma condição com um caminho de tratamento bem estabelecido. A chave está no diagnóstico preciso e na intervenção adequada. Se você sofre com sangramentos intensos ou enfrenta dificuldades para engravidar, buscar uma avaliação com um ginecologista é o primeiro passo para um tratamento eficaz e a realização do sonho da maternidade.
Fonte: diretrizes da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO).
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