Pedra na vesícula: o que comer (e o que evitar)?

Redação

Pedra na vesícula: o que comer (e o que evitar)?

No corpo humano, existem ductos que conectam a vesícula biliar ao intestino. Por meio deles, a bile, secreção produzida no fígado que contribui para a digestão, é liberada. Entretanto, quando certas substâncias se acumulam e obstruem essa passagem, desenvolve-se um quadro conhecido popularmente como pedra na vesícula, ou litíase biliar.

Ele pode gerar fortes dores abdominais e, por isso, quem sofre com essa condição precisa redobrar os cuidados com a alimentação. Dessa forma, é essencial saber o que comer quando se tem pedra na vesícula (e o que evitar).

O surgimento da pedra na vesícula está intimamente ligado à alimentação. De acordo com Milena Liorci, cirurgiã geral coloproctologista, “A ingestão de muita gordura pode levar ao desequilíbrio do colesterol e formar esse tipo de cálculo. Então, uma dieta equilibrada pode preveni-lo.” .  As pedras na vesícula podem ser formar a partir de várias substâncias, mas as mais comuns são de colesterol.

Além disso, outros motivos também colaboram para o desenvolvimento dessa condição, por exemplo: histórico genético, sedentarismo, tabagismo, obesidade, hipertensão e diabetes. A perda rápida de peso também é um fator de risco para as pedras na vesícula. 

Pedra na vesícula: o que comer?

A médica reforça que a vesícula biliar é um órgão que não produz substâncias. Na verdade, ela armazena a bile produzida no fígado, e, a partir da alimentação e com liberação de hormônios do intestino, acontece uma contração e a bile é liberada. 

Ela ainda explica que esse processo ocorre, principalmente, ao ingerir gorduras. Por isso, pessoas que sofrem com pedra na vesícula devem evitar consumir alimentos ricos neste macronutriente. Caso contrário, ocorrerá a movimentação das pedras e o quadro poderá ter complicações.

Para os cálculos biliares é necessário ter uma dieta baixa em gorduras, mas isso não significa que deva excluí-las de sua alimentação diária, mas sim ter um controle delas. 

As refeições devem ser balanceadas, e fracionadas em pelo menos 3 vezes ao dia, para reduzir a estase e a concentração da bile. 

Veja quais alimentos priorizar:

  • Frutas (principalmente as ricas em vitamina C , que parece ter um papel protetor contra o desenvolvimento de cálculos);Legumes;
  • Produtos integrais;
  • Tubérculos;
  • Leite e derivados desnatados;
  • Chás
  • Nozes e castanhas .

O que não se pode comer quando se tem  pedra na vesícula?

Por outro lado, deve-se evitar o consumo de alguns alimentos (principalmente aqueles com alto teor de gordura). Veja alguns exemplos:

  • Carnes vermelhas;
  • Manteiga;
  • Doces em geral;
  • Alimentos processados com gordura saturada, como embutidos (mortadela, presunto, salsichas) ;
  • Produtos industrializados;
  • Frituras.

Cirurgia

De acordo com Milena, na maioria dos casos, indica-se a retirada da vesícula por meio de uma cirurgia. “Isso acontece pelo risco das pedras se deslocarem na via biliar ou causarem problemas no pâncreas e até risco de câncer de vesícula”, pontua.

O procedimento, feito através de uma incisão no abdômen, dura, em média, 45 minutos. O período de repouso varia conforme o paciente, mas, em geral, recomenda-se descanso de 7 a 15 dias.

Em relação à alimentação, a médica coloproctologista faz algumas ressalvas. “Logo após a cirurgia, recomenda-se não ingerir muita gordura, pois pode haver alterações no intestino, como diarreia, por exemplo. Quando acontece, é transitória, mas o ideal é manter a dieta equilibrada.”

Por fim, a profissional faz questão de destacar que a cirurgia não deve ser temida, pois “o fato de viver sem a vesícula biliar não traz nenhum prejuízo para as pessoas”, diz.

Fonte: Milena Liorci, médica cirurgiã geral coloproctologista

  1. Walcher T et al. Vitamin C supplement use may protect against gallstones: an observational study on a randomly selected population. BMC Gastroenterol 2009
  2. Zhang YP  et al. Systematic review with meta-analysis: coffee consumption and the risk of gallstone disease. Aliment Pharmacol Ther 2015; 42:637.

Mais sobre Doenças e Sintomas