
Rosa mosqueta: o óleo que remove manchas, cicatrizes e hidrata a pele
Isabelle Macedo Cabral

Em vales remotos da Patagônia, cresce um arbusto resistente cujo fruto esconde um segredo milenar. Por gerações, comunidades Mapuche e outros povos nativos colheram o pequeno fruto avermelhado da rosa mosqueta para tratar feridas, queimaduras solares e cuidar da pele. Hoje, esse conhecimento empírico, transmitido de avó para neta, é alvo da dermatologia ao redor do mundo.
A ciência confirma: a rosa mosqueta é muito mais que um remédio caseiro; é um ativo cosmético de alta performance. Descubra tudo sobre o produto a seguir.
Resistência da planta para a pele
A chave para entender o poder da rosa mosqueta está em sua origem. Diferente de plantas cultivadas em estufas, a Rosa rubiginosa e a Rosa canina prosperam em condições adversas. Para sobreviver aos rigores do clima andino, seus frutos desenvolveram uma concentração excepcional de moléculas protetoras e regeneradoras.
É como se a planta tivesse encapsulado toda a sua capacidade de resiliência nesse pequeno fruto. Quando extraímos o óleo de suas sementes através da prensagem a frio, estamos capturando essa essência de sobrevivência e aplicando à pele.
Fórmula rica em ativos
O que faz os dermatologistas olharem com tanto interesse para esse óleo vegetal é a sua composição multifatorial. Enquanto muitos ativos no mercado são “unipotentes” – excelentes em uma única função –, a rosa mosqueta atua em várias frentes simultaneamente, oferecendo um tratamento abrangente.
Sua fórmula natural inclui:
- Um time antienvelhecimento: A presença de vitamina A (precursora do retinol) e vitamina C, dois dos antioxidantes mais poderosos e estudados, trabalham em sinergia. Enquanto a Vitamina A acelera a renovação celular e a produção de colágeno, a Vitamina C protege essa nova pele dos danos dos radicais livres e potencializa ainda mais a síntese de colágeno.
- Um exército de ômegas: Com 80% de sua composição formada por ácidos graxos essenciais (ômega 3, 6 e 9), o óleo é um reconstituinte da barreira cutânea. Ele não só hidrata, como restaura a função da pele de reter essa hidratação, o que é fundamental para peles maduras, secas ou danificadas.
A revolução nos tratamentos de cicatrizes
Um dos campos onde a rosa mosqueta mais se destaca é na cicatrização. Estudos clínicos controlados têm demonstrado sua superioridade em melhorar a textura, a cor e a elasticidade de cicatrizes pós-cirúrgicas e de acne.
O óleo não apenas umedece a área; ele “ensina” a pele a se regenerar de uma forma mais organizada, menos fibrosa, resultando em uma cicatriz mais suave e menos perceptível. Essa propriedade também se estende às estrias, que são, em essência, cicatrizes na derme.
Pele oleosa pode usar?
Um dos maiores paradigmas quebrados pela rosa mosqueta é a ideia de que óleos não são para peles oleosas ou acneicas. Por ser um óleo seco e de rápida absorção, ele não é comedogênico.
Peles oleosas muitas vezes têm a barreira cutânea comprometida e produzem mais sebo numa tentativa de compensar a perda de hidratação. Ao repor os lipídios essenciais com um óleo como o de rosa mosqueta, a pele se reequilibra e pode, paradoxalmente, reduzir sua própria produção de oleosidade.
Como usar a rosa mosqueta
Para incorporar esse produto de forma eficaz, é preciso seguir algumas regras de ouro:
- Noite de Regeneração: Por conter compostos semelhantes ao retinol, seu uso é mais indicado para o período noturno, quando a pele está em seu pico de regeneração e longe da luz solar.
- O Protetor Solar é Obrigatório: O uso diurno exige, sem exceção, a aplicação generosa de filtro solar. A vitamina A pode aumentar a sensibilidade da pele ao sol.
- Menos é Mais: De 2 a 3 gotas são suficientes para o rosto todo. O excesso pode deixar a pele brilhante.