Estrias e exercícios físicos: relação e como prevenir

Isabelle Macedo Cabral

Estrias e exercícios físicos: relação e como prevenir

A busca por um corpo saudável e definido através dos exercícios físicos pode, paradoxalmente, levar a um incômodo estético comum: o aparecimento de estrias. Isso porque essas linhas avermelhadas ou esbranquiçadas, que surgem principalmente nos ombros, coxas e glúteos, são resultado de um estiramento abrupto da pele, fenômeno que acompanha o crescimento muscular acelerado. 

As estrias são, na verdade, cicatrizes causadas pelo rompimento das fibras de colágeno e elastina na derme, camada profunda da pele. Quando há um crescimento muscular muito rápido, a pele não consegue se esticar no mesmo ritmo, o que causa microlesões. É uma situação similar ao que acontece na adolescência ou na gravidez. 

Por que os exercícios podem causar estrias? 

Dois fatores principais se unem para criar o cenário ideal para o surgimento das estrias em atletas e frequentadores de academia: 

  1. Ganho de Massa Muscular Rápido (Hipertrofia): Praticantes de musculação que focam em um crescimento muscular acelerado, muitas vezes impulsionado por suplementação, submetem a pele a uma tensão constante e progressiva. 
  2. Pele Despreparada: Uma pele com baixa elasticidade, desidratada e com pouca produção de colágeno tem muito mais chances de romper com o estiramento. A genética também é um fator crucial. Pessoas com predisposição precisam redobrar os cuidados. 

Prevenção: a chave para evitar as marcas 

A boa notícia é que é possível conciliar os treinos intensos com uma pele saudável e livre de estrias. A estratégia de prevenção deve ser multifacetada: 

  • Hidratação Intensa: Este é o pilar mais importante. Beber pelo menos 2 litros de água por dia mantém a pele elástica por dentro. Externamente, o uso diário de hidratantes corporais ricos em substâncias como ureia, ácido hialurônico e manteiga de karité é essencial para criar uma barreira de proteção e flexibilidade. 
  • Nutrição para a Pele: Uma dieta rica em vitamina C (presente em frutas cítricas), vitamina E (encontrada em castanhas e abacate) e proteínas (fundamentais para a produção de colágeno) fornece os nutrientes necessários para a pele se reconstruir e suportar o estiramento. 
  • Crescimento Muscular Gradual: Evitar a busca por resultados extremamente rápidos é uma estratégia inteligente. Permitir que a pele se adapte ao novo volume muscular reduz drasticamente o risco de rompimento. 

E se as estrias já apareceram? 

Para as estrias recentes, ainda avermelhadas, os tratamentos tópicos podem ajudar. “Ativos como o ácido glicólico e o retinol estimulam a renovação celular e a produção de colágeno, podendo melhorar a aparência”, orienta a dermatologista Claudia Merlo. 

Para as estrias antigas, já brancas, que são cicatrizes consolidadas, os tratamentos realizados em consultório são mais eficazes. Laser fracionado, microagulhamento e peelings químicos são algumas das opções que visam “reconstruir” a área afetada, induzindo a formação de novo colágeno. 

Assim como o planejamento dos treinos é essencial para o ganho muscular, um cuidado dedicado com a pele é fundamental para que os resultados no espelho sejam apenas positivos. A prevenção, sempre mais simples e barata que a correção, deve fazer parte da rotina de qualquer pessoa que se exercita. 

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