Criança também pode ter dor de cabeça: Saiba os sinais de alerta

Agência Einstein

Criança também pode ter dor de cabeça: Saiba os sinais de alerta

Se o seu filho está se queixando de dor de cabeça, não se assuste: saiba que criança também pode ter dor de cabeça. Na verdade, o quadro é bastante comum e geralmente não costuma ser grave. Os dois principais tipos são a enxaqueca – que pode atingir cerca de 9% das crianças pequenas e 23% dos adolescentes – e a cefaleia tensional, muito frequente nos jovens, especialmente no início adolescência.

A enxaqueca normalmente é caracterizada por uma dor latejante. Ela é mais pulsátil, geralmente dos dois lados da cabeça, associada a náusea e vômito, além da aversão à luz e ao barulho. Pode ou não vir acompanhada de dor abdominal e de alterações visuais, conhecido como aura. A dor de cabeça tensional, no entanto, ocorre quando há um tensionamento da musculatura. Ela é um pouco mais leve e pode ocorrer dos dois lados da cabeça, sem sintomas de náusea e vômito.

Criança também pode ter dor de cabeça: Classificação das dores

As dores são divididas em dois grupos: a dor primária, que não tem uma causa específica e a dor secundária, que tem um fator desencadeador que pode ser uma infecção aguda, uma lesão cerebral, uma hidrocefalia, um problema vascular ou até mesmo um tumor. Mas, segundo a neuropediatra Rejane Macedo, do Hospital Israelita Albert Einstein, os tumores cerebrais como causa de dores de cabeça nas crianças e adolescentes são incomuns.

De acordo com a neuropediatra, existem alguns gatilhos e fatores ambientais que costumam estar associados ao surgimento da cefaleia nas crianças e adolescentes. Por isso, é tão importante avaliar detalhadamente a história do paciente. Se ele tem um histórico de dor e piorou ou se é uma dor que acabou de começar), o padrão da dor, a frequência que a criança se queixa e se existe uma predisposição por causa de histórico familiar. Os principais gatilhos são alterações ambientais, fatores emocionais, qualidade do sono ruim, alterações hormonais (comum em adolescentes na fase da puberdade) e a alimentação (com abuso de corantes artificiais, embutidos, alguns tipos de queijo, cafeína, entre outros).

“É muito comum que os pais cheguem no consultório do neurologista desesperados. Eles sempre acham que a dor de cabeça do filho é algo mais grave. Isso porque já passaram pelo oftalmologista e pelo otorrinolaringologista e não descobriram nada. Mas, na maioria das vezes, o problema é primário [sem causa específica] e conseguimos resolver com pequenas mudanças de hábitos. Por isso, a gente desmitifica essa questão. Criança pode, sim, ter dor de cabeça, assim como os adultos”, explica.

Sinais de alerta

Os sinais de alerta para que os pais busquem ajuda médica são:

  • Observar se a dor é aguda;
  • Verificar se é uma dor que vem piorando com o tempo;
  • Avaliar se houve uma mudança de padrão no tipo da dor e a frequência das queixas.

Segundo Rejane, se a criança tem pelo menos dois episódios de dor por mês é preciso investigar. Em geral, quando a causa está associada a problemas de sono, estresse ou problemas alimentares, pode ser controlado apenas com mudanças de hábitos, sem o uso de medicamentos.

“A primeira orientação é tirar os possíveis gatilhos e mudar o estilo de vida para evitar as crises. O uso de medicamentos é recomendado para poucos casos. Geralmente o tratamento dura de três a seis meses”, diz a médica que ressalta que os exames de imagem, como tomografia e ressonância magnética são solicitados apenas quando a causa da dor é secundária. O uso de analgésicos também deve ser feito com moderação, pois o consumo exagerado de medicamentos pode causar um efeito rebote e desencadear uma dor crônica.

(Fonte: Agência Einstein)

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