Queda de cabelo X estresse: entenda a ligação e como tratar

Perder uma quantidade maior de fios do que o de costume durante o banho ou ao pentear os cabelos pode ser um sinal de alerta do corpo. Diferente da calvície hereditária, o eflúvio telógeno está diretamente ligado a fatores internos, com o estresse físico ou emocional. A boa notícia é que essa condição, na maioria dos casos, é temporária e tratável. 

A seguir, a gente te conta tudo que você precisa saber para tratar a queda de cabelo por estresse. 

O que é a queda por estresse 

O eflúvio telógeno é um distúrbio do ciclo capilar. Em situações de alto estresse, trauma, doenças febris como a COVID-19, ou mesmo após cirurgias e partos, um grande número de fios que estava na fase de crescimento (anágena) é precipitado para a fase de repouso (telógena). O resultado é uma queda acentuada e difusa dos cabelos, que geralmente se manifesta de dois a três meses após o evento desencadeador. 

Estresse: o inimigo invisível dos fios 

O estresse, seja ele agudo (como um susto) ou crônico (como a pressão no trabalho), libera hormônios como o cortisol em níveis elevados. Esse desequilíbrio hormonal no corpo pode inflamar o couro cabeludo e encurtar prematuramente a fase de crescimento dos fios, interrompendo seu ciclo natural. 

É importante diferenciar: enquanto a calvície (alopecia androgenética) apresenta miniaturização dos fios e afinamento na região das entradas e do topo da cabeça, o eflúvio telógeno causa uma perda generalizada, deixando o cabelo mais ralo por toda a cabeça, mas sem áreas completamente calvas. 

Tratamento e recuperação 

Como o eflúvio telógeno é uma reação a um evento passado, o foco do tratamento está em identificar e controlar a causa, fortalecer o organismo e aguardar o ciclo se reestabelecer. 

O primeiro passo é sempre uma avaliação dermatológica para descartar outras causas, como deficiências nutricionais (ferro e vitamina D são comuns) ou problemas de tireoide. 

O tratamento é multiprofissional e baseado em três pilares: 

1. Controle do Estresse: Atividades como meditação, ioga, psicoterapia e a prática regular de exercícios físicos são fundamentais para reduzir os níveis de cortisol. 
2. Nutrição Capilar: Uma dieta rica em proteínas, ferro, zinco e vitaminas do complexo B é essencial para fornecer os “tijolos” necessários para a reconstrução dos fios. 
3. Tratamentos Tópicos e Procedimentos: Um grande aliado no estímulo ao crescimento é o Minoxidil. Além dele, suplementos vitamínicos específicos para cabelo, loções capilares e procedimentos como a LEDterapia vermelha e o microagulhamento podem acelerar significativamente a recuperação. 

O cabelo leva tempo para crescer. Os primeiros sinais de melhora, com a redução da queda e o aparecimento de ‘baby hairs’ na testa, podem levar de três a seis meses. A consistência nos cuidados é a chave para resultados duradouros.