Depressão e Bipolaridade: Veja quais são as diferenças entre os transtornos

Tayna Farias

Depressão e Bipolaridade: Veja quais são as diferenças entre os transtornos

Atualmente, os transtornos mentais como depressão e bipolaridade têm ganhado mais espaço no nosso cotidiano. De acordo com um levantamento da OMS, quase 1 bilhão de pessoas viviam com algum transtorno mental em 2019, sendo que o Brasil está entre os países que mais apresentam pessoas depressivas. 

A depressão e a bipolaridade são transtornos que podem ser facilmente confundidos por conta da similaridade entre os sintomas. No entanto, cada transtorno apresenta particularidades e necessitam de tratamentos específicos. Confira a seguir! 

Depressão 

A depressão é um transtorno mental que causa profunda tristeza, falta de apetite, desânimo, pessimismo, baixa autoestima, que aparecem com frequência.

Também definida pela OMS como “mal do século”, a depressão pode afetar o emocional de forma drástica provocando uma disfunção bioquímica no cérebro devido a alterações nos neurotransmissores. Afinal, os principais neurotransmissores são a serotonina, dopamina e noradrenalina, responsáveis por proporcionar sensação de bem-estar aos indivíduos. 

De modo geral, a depressão pode ter uma vasta lista de causas, sendo que as principais causas são histórico familiar, estresse crônico, ansiedade, excesso de peso, vícios e sedentarismo. Frequentemente, a depressão está associada a pensamentos suicidas.

Sintomas da depressão 

  • Humor depressivo: sensação de tristeza, autodesvalorização e sentimento de culpa. 
  • Retardo motor: falta de energia, pensamento lento, falta de concentração, cansaço excessivo e falta de memória.
  • Insônia ou sonolência: dificuldades para dormir e sonolência associada à depressão chamada Atípica;
  • Apetite: frequentemente, o apetite é diminuído com maior interesse por carboidratos e doces;
  • Redução do interesse sexual;
  • Dores e mal estar: sintomas físicos difusos como mal estar, cansaço, queixas digestivas, dor no peito, taquicardia, sudorese.

Bipolaridade 

Já a bipolaridade, ou transtorno afetivo bipolar, é uma condição de saúde mental responsável por causar mudanças extremas de humor. Ou seja, a pessoa que sofre de bipolaridade pode ter períodos de exaltação, de depressão e normalidade. 

A doença provoca mudanças nos padrões de sono, altera os níveis de atividade e é marcada pelos comportamentos incomuns, também chamados de episódios de humor, que acontecem de maneira súbita e repentina.

É importante ressaltar que as crises de bipolaridade podem variar de acordo com a intensidade, frequência e duração. Não se sabe exatamente a causa da bipolaridade. No entanto, sabe-se que fatores genéticos e alterações cerebrais estão envolvidos no desenvolvimento do transtorno. 

Ainda assim, determinados momentos podem facilitar a incidência da bipolaridade, como depressão, puerpério, remédios que inibem o apetite, alterações na tireoide ou até mesmo o estresse prolongado. 

De acordo com a psicóloga Karol Fabreto, não é possível falar sobre cura e sim sobre remissão de sintomas. “Dessa forma, a pessoa que passa pelo tratamento consegue diminuir os efeitos sentidos pela doença e pode ter mais qualidade de vida”, complementa.

Sintomas de bipolaridade

  • Irritabilidade: sentimentos frequentes de raiva e frustração.
  • Hiperatividade: Excesso de energia.
  • Insônia: dificuldades para dormir.
  • Impulsividade: pessoas que agem medir as consequências.
  • Psicose: promove a desconexão da realidade.

Depressão e Bipolaridade: Semelhanças e diferenças 

Agora que você já sabe o que é depressão e bipolaridade, vamos entender a relação entre os dois transtornos e quais são os tratamentos adequados. 

Um dos sintomas da bipolaridade é a mudança de humor, que, como comentamos, pode ter períodos de depressão. Sendo assim, entre as fases de alteração de humor maníaca ou depressiva, a pessoa com bipolaridade pode alcançar um quadro de profunda tristeza, e é neste momento, que o transtorno é confundido com a depressão. 

“A depressão é caracterizada como um em que a pessoa apresenta o humor deprimido, o que é chamado de polo negativo do humor. Já o transtorno bipolar apresenta descompensações nos dois polos: negativo e positivo (humor eufórico)”, explica a psicóloga.

Sendo assim, somente um profissional de saúde poderá distinguir os transtornos e realizar um diagnóstico. Outro ponto fundamental para entender a relação entre os transtornos é que a bipolaridade é uma doença crônica, enquanto a depressão tem cura. Ou seja, uma vez diagnosticado com bipolaridade, o paciente terá que manter o tratamento durante toda a vida. 

 

Depressão Bipolar: União dos transtornos

Além desses transtornos, existe também a depressão bipolar, que, de acordo com o DATASUS (Departamento de Informática do SUS), é um episódio depressivo leve ou moderado. Sendo assim, o quadro une dois episódios nos quais o humor e o nível de atividade do sujeito estão profundamente perturbados.

Diferente da depressão, os pacientes com depressão bipolar sofrem com os dois transtornos, o que faz com que a sua intensidade seja ainda maior entre os extremos do humor. Nesse sentido, vale lembrar que a bipolaridade é crônica, ou seja, o acompanhamento deve ser feito durante a vida inteira do paciente.

O tratamento da depressão bipolar é diferente da depressão, pois, os medicamentos antidepressivos podem causar euforia e aumentar a gravidade do quadro do paciente. Por isso, é essencial ter o acompanhamento de um médico para o diagnóstico. 

 

Tratamentos para depressão e bipolaridade

O tratamento tanto para a depressão quanto para a bipolaridade começam com uma anamnese, que, de modo geral, é uma entrevista realizada por um médico. Neste momento, o especialista realiza algumas  perguntas específicas para diagnosticar a doença e iniciar o tratamento adequado. 

“O tratamento é realizado através de uma boa anamnese, trabalho interdisciplinar de psicoterapeuta e psiquiatra e, se possível, ajuda da família.”

Frequentemente, o tratamento consiste em acompanhamento médico, psicoterapia e adoção de atividades que melhorem a qualidade de vida do paciente. 

 

Fonte: Karol Fabreto, psicóloga.

 

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